sábado, 6 de junho de 2009

Diplomática, Tipologia Documental e suas diferenças

Depois de discussões fervorosas sobre o que seria postado logo após a proposta de trabalho do grupo, tiramos nosso foco do conceito de sustentabilidade e chegamos a um ponto que achamos fundamental para o desenvolvimento do trabalho: Afinal, se o projeto se propõe a fazer uma análise tipológica dos documentos escolhidos, qual a diferença entre Diplomática e Tipologia Documental?

Surgida como uma disciplina concreta no século XVI, a origem da Diplomática relaciona-se à questão da falsificação e das dúvidas sobre a autenticidade de documentos medievais. Segundo Bellotto (2000), o objeto da Diplomática é a configuração interna do documento, o estudo jurídico de suas partes e dos seus caracteres para atingir sua autenticidade. Seguindo esse raciocínio, a autora Ana Célia Rodrigues (2002) afirma que a Diplomática, como ciência, existe para atestar a autenticidade dos documentos arquivísticos através do seu método de análise, que antes era baseada no local de guarda dos documentos e, posteriormente, passou a ser atestada com base no documento em si, em suas características.
Devido à explosão documental pós 2ª Guerra Mundial, houve a necessidade da ampliação do objeto de estudo de tal ciência, alargando o conceito de documento e as tradicionais fronteiras cronológicas, ampliando o campo de estudo da Diplomática, até então restrito aos documentos medievais. Surge, assim, a Diplomática Contemporânea ou Tipologia Documental.

Para a Arquivística brasileira, a Diplomática e a Tipologia Documental são campos de estudos distintos. Enquanto o objeto da Diplomática são os documentos de natureza jurídica refletidos no ato escrito que possuem estruturas pré-estabelecidas, de acordo com sua espécie documental (BELLOTTO, 2002), no sentido moderno da Diplomática, os documentos são analisados na direção de seu contexto de produção, nas relações entre as competências / funções / atividades do órgão produtor e neste sentido, apresentam suas profundas relações com a Arquivística (RODRIGUES, 2002). Ou seja, já que os documentos de arquivo são guardados com o intuito de prova, uma análise TIPOLÓGICA pressupõe o estudo do documento tendo como foco central o contexto de produção (proveniência) e a definição da função à qual aquele documento atende naquele arquivo.

É nesse sentido de análise contemporânea que o trabalho aqui exposto se baseará, haja vista que a análise tipológica tem como objeto de estudo documentos arquivísticos, sejam eles convencionais ou não.

3 comentários:

  1. adorei esse texto postado por vcs...eu estava pesquisando sobre diplomática a uns dias atras,mas a bruxa da minha professora de representação temática um passou um exercício quase impossível pra fazer,dai achei esse blog abençoado de vcs!! estudo o segundo periodo de arquivologia pela universidade federal do espirito santo e gostaria de parabeniza-las pela iniciativa!!

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  2. Putz! o mundo da informação é pequeno. tambem sou aluna de arquivogia da UFES e este anônimo deve ser da minha sala.
    bem, muito bom o blog de voces parabens meninas.
    Saudações arquivisticas!
    Holandesa

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  3. que bom, por vossa iniciativa, parabenizo com todo orgulho. tanto tempo a entender sobre a tipologia documental e diplomática. quase entendi tudo aqui.eu sou estudante da Ciência da informação VERTENTE ARQUIVOLOGIA em Moçambique, qualquer coisa ai está meu email: idelbiaque@gmail.com

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